quinta-feira, 7 de julho de 2011

A REPÚBLICA EM CRISE - INTRODUÇÃO.

A "Revolução" de 1930 deu início a uma nova etapa de nossa história política, que estendeu-se até 1945, essa fase foi marcada pela liderança política de Getúlio Vargas. Podemos segmentá-la em Revolução de 30, Governo Provisório, Fase Constitucional e Estado Novo (1937-1945) este último um período ditatorial baseado em burocracia complexa e poder centralizador, com intervenção do Estado na economia e nos sindicatos.
A atividade econômica essencial do país era a agricultura de exportação, principalmente o café. A saturação deste modelo político-econômico das oligarquias agrárias decretou o término da República Velha e ajudou a acelerar um processo de mudanças. Na economia, a indústria e os serviços se desenvolveram em paralelo com a formação da classe operária, integrada inicialmente por imigrantes italianos que trouxeram da Europa as idéias libertárias do comunismo. Na política mais mudanças, em 1922 surgiu o Partido Comunista Brasileiro. Os jovens oficiais genericamente denominados "Tenentes" comandam varias rebeliões e clamam por moralização da política.
Em verdade a proposta de modernização do Brasil consistiu na representação dos interesses da burguesia industrial em ascensão para enfrentar a crise da economia agrário-exportadora que desabou com a quebra do sistema financeiro internacional, fato histórico mais conhecido como a Quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929 cujo reflexo no Brasil afetou mortalmente o poder político-econômico dos barões do café.
A derrubada do último presidente da República Velha, o paulista Washington Luis, pela forças comandadas por Vargas em 1930 não promoveu nem transformação revolucionária e tampouco o desenvolvimento do país. Um indicador da confirmação desta afirmação foi a atitude dos tenentes que pegaram em armas para lutar contra as oligárquias e após a vitória da "Revolução de 30" compuseram alianças políticas com os oligarcas locais que continuavam a ter grande poder. Embora o movimento tenentista reconheça a falência do modelo agrário exportador e tenha retirado os latifundiários da condução do poder politico em relação a incentivar a industrialização deu pouca enfâse atribuindo a tarefa ao Estado.
Vargas foi o candidato da conciliação “nacional” e representava os interesses das elites. Se por um lado pregava a modernização do Brasil (atendendo aos desejos dos industriais e banqueiros) por outro não podia renegar sua origem agrária, pois era filho de rico estancieiro gaúcho (grande produtor rural). Esta dúbia característica foi um fator de apaziguamento das elites em torno do nome deste gaúcho de São Borja. Durante sua trajetória Vargas exercitará sua habilidade de transitar entre as camadas da sociedade. Vezes afagando as elites outras vezes protegendo as massas populares.
Após a queda do governo da República Velha ou Primeira República através do movimento conhecido como a Revolução de 30 "custurou-se" um acordo a fim de definir quem governaria o Brasil. O nome de Vargas representava a conciliação entre os movimentos que desejavam o fim da Oligarquia dos Cafeicultores. Porem este não significou o fim do poder das oligarquias. Inicia-se assim a ERA VARGAS. "Façamos a revolução antes que o povo a faça".
Entre muitas manifestações de protesto antioligárquico estão: Tenentismo, Semana de Arte Moderna, Greves, A coluna Prestes e a fundação do Partido Comunista do Brasil.

Considerando que Vargas foi o nome de consenso das oligarquias, podemos perguntar: A revolução de 30 foi fruto da participação do "Zé Povinho"?
Vargas (Centro) com os revolucionários no Palácio do Catete - Sede do Governo.

Vamos refletir!!
Afinal a Revolução de 30 representou a continuidade ou uma ruptura?
A pergunta ainda causa polêmica. Tire suas conclusões clicando no link abaixo: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/Revolucao30/RupturaContinuidade

Para Saber mais sobre a Revolução de 30 clique no link abaixo:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u40.jhtm

O GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1932)- Com o discurso apontado à modernidade Vargas recebe o apoio necessário para preparar o terreno em direção aos novos rumos do desenvolvimento do Brasil. Mas "existia uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho existia uma pedra". A pedra era o DESCONTENTAMENTO DAS ELITES. Pelo ponto de vista das oligarquias Vargas inova "em demasia" e preocupa-se com as questões sociais/trabalhistas do operariado, procura defender as riquezas nacionais e centralizar as decisões econômicas e políticas.
Assustados com as propostas populistas do governo os setores conservadores da sociedade paulista iniciam forte reação. Apesar de vários Estados demonstrarem seu descontentamento contra o governo de Vargas, apenas São Paulo foi as vias de fato. Armas em punho a 09 de Julho de 1932 a "Revolução Constitucionalista" dos paulistas pede a volta da política de República Velha. Apesar da mobilização de São Paulo, o governo federal com tropas mais bem equipadas consegue debelar a Revolta.
Cartazes conclamando os paulistas a pegarem em armas contra o governo de Vargas
Para saber mais sobre a Revolta Constitucionalista clique no link abaixo:
http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u3.jhtm
O PERÍODO CONSTITUCIONALISTA 1934 -1937
Apesar da derrota para o governo a Revolução dos paulistas de 1932 conseguiu estabelecer a promessa de elaboração de uma nova carta constitucional para o país - A Constituição de 1934 - que trazia em seus artigos definições importantes:

* Em relação ao Sistema Eleitoral: Implantar Voto Secreto; mulheres adquirem o direito de votar; criação da Justiça eleitoral independente (fiscalizar).
* Direitos Trabalhistas: Salário mínimo, jornada de 8 horas diárias,férias remuneradas, indenização por demissão.
* Nacionalização das riquezas minerais: as jazidas minerais e quedas d'água capazes de gerar energia passar a ser da União.

Um avanço no quesito de direitos foi a conquista política das mulheres em relação as eleições:
As mulheres ganham direitos e participam da eleição no Brasil. Em 13 de março de 1934 , uma voz feminina se fez ouvir pela primeira vez no Congresso Nacional. Discursava na Tribuna a primeira congressita brasileira, a deputada Carlota Queiroz .
Comício da Profª Natércia em 1933. .. Discurso de Carlota Queiroz a 1ª Deputada do Brasil(1934).
Vargas soube como poucos políticos brasileiros negociar acordos políticos e transitar em várias correntes ideológicas partidárias. Durante o período constitucionalista esta habilidade de Getúlio foi colocada à prova e o manteve no poder através dos pactos e costuras políticas com as principais correntes ideológicas : O Integralismo e o Comunismo.
OS INTEGRALISTAS:
Formado por setores conservadores da sociedade: como a facção conservadora da Igreja católica (que combatia ao "comunismo ateu"),pela classe média alta, empresários capitalistas e imigrantes ou descendentes de imigrantes ítalo-germânicos. Seu principal nome e líder foi Plínio Salgado. Possuíam características semelhantes aos programas dos governos totalitários de modelo nazi-fascista. O Lema dos integralistas era DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA , sua saudação era ANAUÊ! e o símbolo era a letra grega ômega.

O Integralismo representava a política de extrema direita
LIBERTADORA (ANL) - Era representada por setores ligados aos partidos de esquerda principalmente ao PCB (Partido Comunista Brasileiro), cujo principal nome é o de Luís Carlos Prestes (no centro da foto). A ANL era contra o fascismo e o imperialismo, portanto fazia oposição ao Integralismo. As propostas dos aliancistas eram voltadas ao programa comunista ou seja eram contra o grande latifúndio e a favor da reforma agrária, nacionalização da economia e estatização da propriedade privada.
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A INTENTONA COMUNISTA - Devido a decretação da ilegalidade do Partido Comunista pelo governo, eclodiu a chamada Intentona Comunista ou seja uma rebelião militar em alguns quartéis dos Estados do RJ, RN e PE. Mal organizada esta revolta foi rapidamente sufocada e seus líderes presos, entre estes estavam Prestes. A reação dos comunistas provocou o pretexto que o governo necessitava para implantar o Estado de Guerra sob a justificativa da "ameaça comunista" através do Suposto Plano Cohen.

A INTENTONA INTEGRALISTA - Vargas não pretendia dividir o poder com os integralistas e conforme determinava um decreto lei de dezembro de 1937 estavam extintos todos os partidos políticos, inclusive a AIN (partido integralista). Inconformados com a traição getulista os integralistas tentaram invadir o Palácio do Catete (sede do governo) situado na capital do país - o Rio de Janeiro - com objetivo de retirar Vargas do poder, porem a tentativa frustrada de golpe militar foi sufocada pelo governo e os líderes integralistas presos ou executados.

Estava estabelecido um novo período da ERA VARGAS: O ESTADO NOVO. Corresponde ao governo ditatorial inspirado no fascisno e no corporativismo, em voga na Europa naquela época.
Na noite de 10 de novembro de 1937 Vargas anuncia pelas ondas do rádio ao país a decretação da Constituição autoritária, apelidada de Polaca, em razão do seu teor aproximar-se dos moldes do regine nazifascista. Este contexto político foi possível em razão do apoio recebido dos cafeicultores, dos industriais, das oligarquias e da classe média urbana, todos amedrontados com a expansão da esquerda e conseqüente crescimento do comunismo.
Nas ondas do rádio Vargas anuncia o Estado Novo. Clique abaixo e ouça a voz de Vargas:
http://www.locutor.info/audioHistoria/historiaGetulioVargasDiscurso1deMaio.mp3

AGORA TESTE SEUS CONHECIMENTOS SOBRE VARGAS. CLIQUE NO LINK ABAIXO.
http://educacao.uol.com.br/quiz/quiz.jhtm?id=840

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